Por Laiz Almeida
Oi! Eu sou a Laiz, mãe do Theo de 7 anos e do Vicente que acabou de completar um.
Quando engravidei a primeira vez, eu trabalhava embarcada (sim, passava 15 dias num navio, longe de tudo!) e sabia que precisaria levar meu filho ainda bebê para a escolinha, porque né, eu ia voltar a trabalhar. Moral da história: Theo foi para a creche com 6 meses, sempre adorou a escolinha e foi muito feliz lá até o ano passado quando precisou sair para uma escola de “crianças grandes”.
Corta para hoje: a religasses mudou, há dois anos eu sai do meu emprego concursada e em 2022 engravidei novamente e tive o Vicente, que completou um aninho mês passado. Vicente chegou e bagunçou a nossas vidas, trouxe muita fofura e altas doses de loucura também! Se ninguém te contou ainda, já aviso que, ter dois filhos é uma tarefa bem difícil! mas, isso é assunto para um outro texto!
E, como Vicente chegou num momento em que eu não estava “trabalhando”, caí na armadilha da mulher maravilha, achei que “eu tinha que dar conta”, “precisava me virar com os dois” já que nesse momento eu estava sendo “só mãe”.
Que armadilha perigosa! porque ela é bem silenciosa e sem perceber vc já está se cobrando e se culpando por coisas que são impossíveis.
É impossível dar conta de tudo, sem ajuda e ser boa mãe, esposa, mulher e etc…
Afogada nessa armadilha eu resolvi que eu bastava para o pequeno e que ele só iria para a escola ano que vem, não tinha necessidade de gastar esse dinheiro pra ele ir lá ficar doente, muito pequenino ainda.
E é verdade, os bebês só precisam da gente mesmo, mas, e a gente, precisa de que?
Dormir? Com um bebê? Difícil ein…
Um pouco de silêncio? Com duas crianças em casa? Acho que não vai dar…
Comer em paz? Impossível! Sempre tem alguém chorando, querendo ir no banheiro, um pedaço da sua comida ou precisando te mostrar algo com muita urgência!
E aí, do que você precisa?
Depois de um ano nessa vida deliciosa é louca, eu precisava de calma, de respirar, de um pouco de silêncio, de me olhar, de conseguir pensar um pouco.
Eu já não estava cansada, estava exausta, irritada, sem tempos sem paciência, uma péssima combinação para alguém que cuida de duas crianças.
“Uma mãe não saudável, não pode criar uma criança saudável”
E foi assim, num dia falando como eu estava me sentindo que percebi, vai na armadilha, logo eu tão descolada e que se orgulha de carregar tão pouca culpa materna.
Eu podia colocar meu caçula na escola e ter essas 4 horas por dia pra cuidar da minha casa, de mim, da minha cabeça, pra ficar bem, mas eu achava que não. Não eram as doenças, o dinheiro ou ele ser muito bebê, era a culpa, como que eu “a toa” ia fazer isso? Eu não podia! Eu não devia!
mas, eu levei.
Ele foi para a escolinha, faltando pouco menos de 3 meses para o ano acabar,to escrevendo esse texto no dia que completa 1 semana que ele está ficando-nos de 13 as 17h, para dizer a vcs que ele já tá gripado, mas ele não só sobreviveu, ele tá gostando! Brincando, aprendendo coisas novas, saindo de casa.
E eu? Eu também! Sai pela primeira vez nesse ano para tomar sorvete com meu mais velho sem levar o irmão, algo que ele me pedia a tempos, to ajeitando a bagunça da minha casa e da minha cabeça, tomei café sozinha, devagar e em silêncio antes de buscá-los, fiz unha, planos, listas e até janta!
Só não tive uma BOA noite de sono, mas isso acho que demora um pouquinho ainda…