Sul Fluminense
Janeiro, mês de férias escolares, costuma ser um período de adaptação para as crianças e para os pais. Muitos tentam alinhar as férias de trabalho com as das crianças para programar uma viagem mais longa ou aproveitar o tempo juntos em casa, com o objetivo de criar um tempo de qualidade. No entanto, a realidade nem sempre é essa. Muitos pais continuam com a rotina normal de trabalho e as funções domésticas, e tentam, no meio disso tudo, dedicar atenção aos filhos, brincar, aproveitar refeições juntos e compartilhar novidades.
Essa nova rotina, porém, pode gerar sobrecarga para os pais, que se cobram constantemente e acabam ficando mais cansados. Eles se preocupam em dar conta de tudo e, ao mesmo tempo, em garantir que os filhos se distraiam durante as férias. Durante esse período, as crianças tendem a brincar mais, assistir TV, jogar videogame e passar mais tempo online, o que pode gerar preocupações nos pais.
O Diário Delas conversou com a psicopedagoga Paty Lee, que compartilhou algumas orientações e conselhos para ajudar os pais a manter a tranquilidade, tornando as férias mais agradáveis e memoráveis tanto para os filhos quanto para eles próprios.
De acordo com Paty Lee, as férias escolares exigem adaptação, tanto para os pais quanto para as crianças. Ela explica que, para as crianças, as férias representam uma pausa da rotina escolar, o que é importante para o bem-estar emocional e físico, permitindo atividades lúdicas, recreativas e familiares.
A psicopedagoga ressalta que os pais, por outro lado, podem ter mais dificuldades para se adaptar, pois precisam lidar com a logística de reorganizar os dias, sem as obrigações escolares, e equilibrar o trabalho com o desejo de passar mais tempo com os filhos. Já para as crianças, a adaptação tende a ser mais fácil, já que elas aproveitam a flexibilidade e o tempo livre para explorar outras atividades.
Atividades que estimulam o aprendizado
Embora o descanso seja essencial, Paty alerta que as férias prolongadas podem afetar o foco das crianças, especialmente se houver uma quebra muito grande na rotina. Por isso, ela recomenda atividades que estimulem a criatividade e o aprendizado de forma informal, como leitura, jogos educativos e projetos em família. O mais importante, segundo ela, é criar uma rotina balanceada que permita tanto o descanso quanto o desenvolvimento cognitivo das crianças.
Passeios específicos
Como muitos pais ainda precisam trabalhar durante as férias, a psicopedagoga sugere estabelecer horários específicos para atividades em família, como passeios curtos, tardes de jogos, piqueniques ou até hobbies compartilhados. Ela complementa dizendo que uma boa estratégia é organizar a agenda de forma a garantir momentos de qualidade juntos, como almoços ou jantares em família, e dedicar um final de semana para atividades divertidas, sem comprometer as responsabilidades profissionais.
Lidando com a sobrecarga
A psicopedagoga explica que os pais podem se sentir sobrecarregados ao precisarem reorganizar a rotina, especialmente quando têm que conciliar o trabalho com o cuidado das crianças. Para lidar com essa sobrecarga, ela dá algumas dicas essenciais: “Planejar com antecedência, delegar responsabilidades sempre que possível e estabelecer limites claros entre o tempo de trabalho e o tempo com a família” são algumas das estratégias recomendáveis. Além disso, atividades extracurriculares, como colônias de férias ou encontros com colegas, podem ajudar a aliviar a pressão.
Dicas para os pais pressionados
Para os pais que se sentem pressionados, Paty dá um conselho importante: “Minha dica é tentar adotar uma abordagem mais flexível e realista. Não há necessidade de ser perfeito em tudo. Organizar a rotina de forma equilibrada, com um tempo para o trabalho e outro para a família, pode aliviar a sensação de sobrecarga.”
Ela também destaca a importância de buscar momentos de autocuidado, como descansar ou praticar um hobby, para manter a saúde mental. Além disso, é fundamental que os pais e familiares se comuniquem entre si para compartilhar responsabilidades e encontrar soluções conjuntas, com práticas diárias possíveis.