Por Tatiana Mello
Quem nunca esteve diante de decisões importantes na sua vida e com milhares de dúvidas sobre qual caminho tomar?
A verdade é que não fomos ensinadas a perder, na infância ouvíamos: “O importante é participar!”, mas na vida adulta não é só participar, as responsabilidades são outras, não somos as mesmas da infância, não temos mais nossos pais para nos defender e como enfrentar?
Em janeiro de 2019, as vésperas de completar 30 anos, estive diante de uma decisão muito importante e por questões de alinhamento e visão de futuro resolvi não continuar um noivado de um relacionamento de 9 anos, mas eu não contava que apenas 2 dias depois eu seria desligada da empresa que trabalhava há 2 anos.
Um abismo se abriu, em meio a tantas mudanças juntas e eu mergulhei de cabeça em uma vida destrutiva, e hoje eu digo que a PIOR PERDA é perder-se dentro de si!
Sempre fui uma menina alegre, comunicativa, determinada e ousada, mas a carreira frustrada por demissões e relacionamentos desgastados, estavam me prendendo em uma armadura sem que eu percebesse e eu já não me reconhecia mais.
Eu me tornei uma mulher insegura, dependente emocionalmente, não via valor em mim e cheia de medo do futuro e como seria recomeçar aos 30 anos. Nada fazia sentido mais e o suicídio parecia ser a melhor solução.
A depressão alcançou a minha vida e a minha rotina sem que ninguém percebesse, eu não fiquei trancada em um quarto chorando, mas eu enchia meus dias e noites com compromissos para que eu não notasse a dor que cortava na minha alma, eram viagens, festas e baladas.
Pensamentos como: “O que as pessoas vão pensar?” somado a sensação de derrota e incapacidade tomavam meu coração no ano mais difícil da minha vida. Eram feridas silenciosas que precisavam de cura, e eu tinha duas opções, permanecer ali entregue a dor, ou me levantar e buscar o remédio.
Se você não se curar do que te feriu, vai sangrar em cima de pessoas que não te cortaram. (Frase do livro “Cavaleiro preso na armadura”)
Quando li esse livro tomei 3 decisões importantíssimas – eu digo que Decisões Desafiadoras Dedicem Destinos –: 1. Não ser CLT mais; 2. Ser uma mulher bem sucedida; 3. Ter um casamento de sucesso; Esse era o meu propósito comigo mesma, porém essas 3 decisões eram totalmente a contramão do que vivi na minha família, meus pais se conheceram dentro da empresa em que aposentaram e haviam se divorciado 3 anos antes desse abismo acontecer na minha vida.
Eu não tinha uma referência em casa, mas tinha uma vontade enorme de fazer diferente, comecei a viver uma jornada de entender qual o caminho a seguir, desconstruir muros e criar pontes, também precisei aprender a dizer muitos “nãos” que não estavam compatíveis com meu propósito.
Ser uma mulher bem sucedida não é sobre dinheiro, é não enterrar os dons e talentos que Deus me confiou. É viver uma jornada diária para entender qual a minha real identidade, quem Deus me chamou para ser. Demorei muito tempo para enxergar valor em mim, e depois que encontrei o valor que eu tenho pra Deus, a minha chave virou.
De dentro para fora tudo foi se transformando ao meu redor, uma nova mulher foi sendo transformada, abri minha agência de marketing, abri a empresa de treinamentos e consultorias e também me casei.
A jornada do empreendedorismo me ensinou a lidar com os altos e baixos, a não deixar as circunstâncias me dominarem e principalmente a ser minha melhor amiga. O destino final dessa viagem chamada VIDA é importante, mas a viagem precisa e deve ser prazerosa.
Com toda a criatividade que o Senhor depositou e confiou em mim hoje seguro a mão de muitas mulheres empreendedoras e ajudo-as na transformação da mentalidade, a não desistirem, a traçarem uma jornada única através do seu negócio, a se descobrirem e voarem.
Desejo que todas as mulheres encontrem e vivam a sua real identidade, pois identidade direciona destino!
É incrível ser uma mulher forte e determinada, mas também ser vulnerável.
É muito bom ser prática e decidida, mas também ser frágil e sensível.
É uma delícia amadurecer e se sentir cada vez mais segura.
Nós mulheres, viemos pra fazer a diferença na terra, mas antes disso, façamos a diferença em nossas vidas.