Mente acelerada: por que as mulheres pensam tanto e como desacelerar a mente

Quando a mente não desliga e a ansiedade assume o controle

por rayla peixoto

Sul Fluminense

Quem nunca perdeu o sono relembrando cada detalhe de uma conversa, criando cenários que talvez nunca aconteçam ou repassando mentalmente uma lista infinita de tarefas? Esse hábito de pensar demais, conhecido como mente acelerada, afeta milhões de pessoas, mas estudos mostram que as mulheres são as que mais sofrem com essa sobrecarga mental.

A cobrança social para “dar conta de tudo”, somada ao papel de cuidadora, profissional e parceira ideal, coloca as mulheres em um ciclo constante de preocupação e autocobrança. Resultado: uma mente que não descansa e um corpo que sente os efeitos, como ansiedade, cansaço extremo e até dificuldade de tomar decisões simples.

Mais do que uma questão de comportamento, a mente acelerada mistura fatores sociais, culturais e até biológicos, já que os hormônios influenciam diretamente nos níveis de ansiedade e estresse. Mas afinal: por que as mulheres carregam tanto esse peso mental? Conversamos com a psicóloga Gabriela Rocha, que explicou melhor as raízes da mente acelerada e compartilhou orientações para lidar com esse desafio no dia a dia.

O impacto do excesso de pensamentos

Embora pensar em soluções seja algo positivo, quando isso vira um turbilhão, pode ser paralisante. A mente passa a se prender a erros do passado ou a criar preocupações com o futuro, minando a autoconfiança e roubando a energia para o presente.

“Pensar demais de forma eventual, faz parte da nossa vida pois temos diversas preocupações comuns. Porém, o ponto de atenção é quando esses pensamentos se tornam repetitivos, desgastantes e tiram a paz mental. Alguns pontos de alerta são quando: o indivíduo não consegue “desligar a mente” nem em momentos de descanso, perde o sono de tantos pensamentos, se sente constantemente ansiosa e começa a ter dificuldade de se concentrar e aproveitar o momento presente. Em alguns casos, os pensamentos excessivos vem acompanhados de sintomas físicos como tensão muscular, palpitação ou fadiga, dores de cabeça.. mostrando que a mente está passando toda a tensão para o corpo”, nos conta a psicóloga Gabriela Rocha

Caminhos para desacelerar

Práticas de respiração, caminhadas, escrever pensamentos em um diário e estabelecer limites claros com o uso das redes sociais são passos que ajudam a organizar a mente. Além disso, reservar momentos de autocuidado e descanso não é luxo, é necessidade.

“Uma das estratégias mais eficazes é aprender a trazer a mente de volta para o momento presente. Repita para você mesmo: não existe outro lugar para você estar do que no aqui e agora. Outras sugestões estão relacionadas a atividades simples como escrever os pensamentos no papel para esvaziar e aliviar a mente, buscar práticas de respiração e alongamento que irão acalmar o corpo e por consequência diminuem a velocidade do pensamento. Além disso, devido a todo o acesso da tecnologia nos tempos de hoje, precisamos separar pequenos momentos sem estímulos digitais e criar novas tarefas. O importante é não normalizar viver sempre com a mente acelerada, mas reconhecer que é possível retomar o equilíbrio”, esclarece Gabriela.

Reconhecer que não é preciso enfrentar tudo sozinha também faz parte do processo. Apoio psicológico pode ser um divisor de águas nesse caminho de desacelerar e reencontrar o equilíbrio.

Para responder a essas questões e trazer dicas práticas, conversamos com a psicóloga Gabriela Rocha, que explicou melhor as raízes da mente acelerada e compartilhou orientações para lidar com esse desafio no dia a dia.

 

Gabriela Rocha

@psigabrielarochap

 

 

 

 

 

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