Sul Fluminense
A maternidade transforma. Isso todo mundo sabe. Mas o que pouca gente fala é sobre o quanto essa transformação pode, muitas vezes, fazer com que a mulher se sinta perdida de si mesma. Entre mamadeiras, agendas escolares, noites mal dormidas e todas as demandas que a maternidade exige, é comum que muitas mães se perguntem: onde foi parar a mulher que eu era antes de tudo isso?
A verdade é que, ao se tornar mãe, a identidade se expande. Mas, nesse processo, também pode se desfocar. O tempo que antes era só seu agora é compartilhado, e na maioria das vezes, direcionado quase exclusivamente para cuidar de alguém. Aos poucos, os desejos, vontades, projetos e até pequenos prazeres vão ficando para depois. E o depois vira um lugar onde a mulher quase nunca chega.
Redescobrir-se após a maternidade não é sobre voltar a ser quem se era antes, mas sobre se reconhecer novamente dentro da nova versão de si mesma. É compreender que ainda existe, sim, espaço para a mulher que ama, sonha, deseja, cria, sente, erra e quer se cuidar. Que você pode ser mãe, mas também pode ser vaidosa, empreendedora, sensual, estudiosa, ambiciosa ou o que quiser ser.
Essa reconexão, muitas vezes, começa em passos pequenos. Pode ser num momento de silêncio só seu, numa ida ao salão, num curso que sempre quis fazer, numa tarde sem culpa vendo série ou numa caminhada onde você simplesmente ouve sua música favorita. É nesses pequenos rituais que a mulher por trás da mãe vai se lembrando de si. E isso não é egoísmo, é autocuidado. É saúde emocional. É amor próprio.
É importante também silenciar a culpa que insiste em dizer que se cuidar é negligenciar. Porque quando uma mulher se respeita, se valoriza e cuida de si, ela também ensina aos seus filhos, com o exemplo, sobre limites, equilíbrio e amor saudável.
No fim das contas, ser mãe e ser mulher não são papéis que se anulam. Pelo contrário: eles se complementam. E quando essa harmonia é encontrada, o dia a dia se torna mais leve, mais bonito, mais real. Afinal, uma mãe que se sente bem consigo mesma não apenas floresce, ela inspira.
Neste Mês das Mães, fica o convite: cuide de quem cuida. E, principalmente, cuide de você.