A Mulher que existe por trás da maternidade

O desejo, o corpo e a vida.

por rayla peixoto

Sul Fluminense

Ser mãe é transformador. É como se uma nova versão de nós nascesse junto com o filho. Mas… e a mulher que existia antes? Onde ela fica?

Muitas vezes, quando os filhos chegam e a mulher passa a se dedicar quase exclusivamente ao papel de mãe, algo dentro dela começa a se apagar. O desejo esfria. O corpo se cala. A libido some. E o sexo… tende a acabar porque, quem sente prazer? Quem deseja? Quem se entrega?

A figura da mãe ou a figura da mulher?

História Stalker - Uma garota pode sonhar. - História escrita por  castelablanco - Spirit Fanfics e Histórias

Quando a Mulher desaparece, o prazer também vai embora

Quando transformamos 100% do nosso tempo em ser mãe, corremos o risco de matar, lentamente, a mulher que vive em nós. E viver essa Mulher não é egoísmo. É necessário reconhecer que o prazer, o desejo, a intimidade e a conexão com o corpo são necessidades humanas  e femininas.

Sim! A maternidade é exaustiva, especialmente no início. A gente ama como nunca. Se doa como nunca. Mas também se esquece como nunca.

A função materna é nutrir, amamentar, proteger. Mas a função da mulher é ser mulher. E ser mulher inclui: ter desejo, buscar prazer, se permitir sentir; inclusive através do sexo (entre tantas outras coisas).

E se você ainda não é mãe, mas se comporta como tal dentro da relação, cuidando, controlando, organizando tudo e tratando o parceiro como um filho,  isso também pode estar sufocando a mulher que você é.

Então reflita, você tem lembrado de ser mulher… ou só tem vivido como mãe? Você pode e deve equilibrar essas potências. Pode amar seus filhos, cuidar da família e ainda assim ter tempo pra si, pro corpo, pro prazer.

Além do mais, os filhos aprendem mais com o que veem do que com o que ouvem. E quando veem uma mulher que se permite ser inteira, eles aprendem sobre liberdade. Aprendem que cuidar de si é tão importante quanto cuidar dos outros. Aprendem que o amor não anula o desejo e sim, que pode até fortalecê-lo.

 

Tá, mas como voltar a ser mulher quando se está exausta?

Eu sei. A rotina puxa, a casa exige, o  corpo cansa e  o desejo parece distante, quase um luxo. Mas e se, em vez de esperar muito tempo e muita energia, você começasse com o possível?

Pequenas práticas reconectam você com a função Mulher mesmo em meio à função Mãe.

 

Toque-se sem objetivo: não é sobre prazer sexual direto e sim sobre lembrar que você tem um corpo. Passe creme, toque o rosto, o colo, o ventre com presença como se estivesse dizendo “eu estou aqui;

 

Dance uma música só pra você. No banho, na cozinha, sozinha no quarto. Escolha uma música que te faça sentir sensual, viva, livre;

 

Fale com a mulher que existe em você. Pode parecer bobo, mas palavras criam realidade;

 

Marque um encontro com suas amigas  sem culpa Sair com amigas não é abandono, é alimento. Rir, conversar besteira, lembrar que você é mais do que rotina;  tudo isso te reativa por dentro. A mulher floresce no coletivo. Permita-se!

 

 

Saia com sua parceria sem ser “pai e mãe” por uma noite. Nada de falar de escola, fralda ou boletos. Combina: “Hoje a gente só fala de nós dois.” Redescubram o casal, a conexão, o desejo sem precisar transar no fim pra validar a intimidade. E se acontecer, curta bastante o momento;

Cultive prazer não-sexual diariamente Qual foi a última vez que você fez algo só porque te dava prazer? Ler um livro. Comer devagar. Deitar no sol. Dormir, relaxar ouvindo música. Prazer também mora no pequeno e ele prepara o terreno pro grande.

Permita-se NÃO estar disponível o tempo todo. A função Mãe exige presença, mas a função Mulher exige espaço. Crie micromomentos onde você não está servindo ninguém além de si mesma. Desligar-se é permitir-se voltar. Não espere o momento perfeito.

 

Viva a maternidade sem deixar de viver a Mulher e o prazer que você merece!

 

 

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