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2023 - Todos direitos reservadosDiário delas
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Destaques

O novo sabor do Natal: ceias afetivas, diversas e conectadas com a atualidade

por Maria Eduarda 12 de dezembro de 2025

A duas semanas do Natal, já está claro que a ceia deste ano não é feita apenas de receitas. Ela é feita de escolhas, encontros e do desejo de transformar a mesa em um espaço mais afetuoso e menos tenso do que tantas reuniões familiares marcadas por embates, opiniões rígidas e silêncios desconfortáveis. O que se come, quem se senta, por que esse ritual importa e como ele dialoga com o mundo atual moldam o cardápio de 2025.

Para quem lê o Diário Delas, é familiar a ideia de transitar entre o factual, a sociedade e as tendências. Esta matéria segue outro caminho: funciona como um menu completo, dividido em entrada, prato principal e sobremesa, onde cada etapa apresenta o que está em alta nas grandes revistas, nas cozinhas brasileiras, nas redes e nas conversas contemporâneas sobre afeto, convivência e igualdade. O Natal toma outra forma, e a comida acompanha essa mudança.

 

ENTRADA – A mesa como convite ao encontro

As entradas da ceia refletem o espírito das festas deste ano: estética, praticidade e, sobretudo, acolhimento. As tábuas temáticas em formato de árvore ou guirlanda, que se espalharam em revistas internacionais e perfis de gastronomia, expressam um desejo de partilha. Não existe prato individual nem hierarquia do que é mais importante. Todos têm acesso, todos se servem, todos circulam.

A lógica da comida compartilhada ajuda a dissolver fronteiras sociais, afetivas e até tensões familiares. A ceia tem sido, por muito tempo, um território onde diferenças raciais, de orientação sexual, de classe e de gerações se chocam. Em 2025, a tendência é transformar esse espaço. Não há didatismo nem discurso explícito, mas há uma mensagem simples: a mesa que se abre para todos é mais bonita que a mesa que exclui. E, discretamente, isso se expressa nos cardápios flexíveis, que pensam também em vegetarianos, veganos, intolerantes e em quem prefere opções mais leves.

Pães artesanais, focaccias, pastinhas coloridas, mini bruschettas, mini saladas cítricas e o panetone salgado servem de abertura para um jantar que privilegia a conversa e dá tempo para que todos, independentemente de quem sejam, possam se sentir parte daquele momento.

 

PRATO PRINCIPAL – Tradição revisitada com novas sensibilidades

Os pratos principais da ceia mantêm os clássicos, mas apresentam novas leituras. Peru, tender e pernil continuam no centro da mesa, mas ganham versões com pistache, nozes, mel, romã, bulgur, que é um cereal à base de trigo, ervas frescas e molhos cítricos. Essa mistura entre tradição e contemporaneidade tem menos a ver com moda e mais com o gesto de reinterpretar uma celebração.

A tendência internacional aponta para menus mais leves, com menos gordura, mais legumes assados e acompanhamentos que privilegiam textura e frescor. Farofas com frutas secas, arroz com amêndoas, batatas gratinadas, saladas de grãos e vegetais tostados aparecem não como substitutos, mas como complementares.

A ideia de inclusão se materializa de forma natural. Os pratos veganos e vegetarianos, podem e devem ser incorporados de forma orgânica e sutil. Em mesas onde por décadas o diferente era alvo de piada, de desconforto ou de correção moral, nasce agora um movimento silencioso, mas poderoso: preparar o jantar pensando que todos merecem comer bem e se sentir confortáveis. A comida rearranja o ambiente e, quando bem pensada, tem o poder de diminuir distâncias.

 

SOBREMESA – Afeto, estética e um final que celebra pertencimento

O encerramento da ceia traz a mistura de memória e novidade que marca este Natal. A rabanada continua imbatível, mas ganha versões assadas, cítricas, caramelizadas ou feitas com açúcar mascavo. Pavês e pudins seguem firmes, enquanto sobremesas em formato de pequenas porções se popularizam, como tacinhas de chocolate com pistache, mini pavlovas e dips doces inspirados em tortas internacionais.

O que chama atenção, porém, é a estética da sobremesa brasileira contemporânea, que valoriza ingredientes locais e histórias pessoais. Cocada mole ao lado de frutas frescas, caldas de manga ou maracujá sobre preparos clássicos, bolos úmidos com castanhas-regionais. Há um desejo de pertencimento e de reconhecimento da diversidade do país como parte natural da mesa.

No entanto, essa construção estética é também política, ainda que discreta. Uma ceia que valoriza sabores brasileiros, que mistura referências e que não recusa ninguém é a antítese das reuniões marcadas por comentários preconceituosos ou tensões veladas. Não é preciso dizer que é cafona ser racista ou homofóbico: basta observar como as mesas mais bonitas são aquelas onde cada pessoa é bem-vinda. A culinária de 2025 entende isso com mais maturidade do que muitos discursos.

 

Um natal afetivo também cabe no orçamento

Para quem está com orçamento apertado, o cenário deste ano é especialmente favorável. A tendência das tábuas compartilhadas e dos pratos coletivos diminui custos sem comprometer a beleza da apresentação. Entradas leves com legumes assados, focaccias caseiras, saladas de repolho, frango assado com ervas, arroz com lentilhas e rabanada compõem uma ceia completa, elegante e acessível.

O bom gosto não depende de ingredientes caros, mas de intenção, cuidado e harmonia.

A mesa que reflete quem somos, cozinhar para alguém é uma forma de acolhimento e que abrir espaço para todos é mais bonito, mais contemporâneo e verdadeiro do que repetir rituais que já não conversam com o presente.

As ceias deste ano traduzem um país que busca convivência, afeto e reconhecimento, mesmo em ambientes onde antes prevaleciam as tensões familiares. A comida ajuda a reorganizar essa paisagem. Entre receitas antigas e novas influências, a mesa se transforma em um território menos rígido e mais humano, onde cada gesto, cada prato e cada escolha dizem, sem precisar explicar: aqui, todo mundo cabe.

 

RECEITAS SELECIONADAS

Salmão ao Mel, Mostarda e Crosta de Pistache

Ingredientes:

1 peça ou 4 filés de salmão

Sal e pimenta

Suco de 1/2 limão

2 colheres (sopa) de mel

2 colheres (sopa) de mostarda Dijon

1 colher (sopa) de manteiga derretida

1/2 xícara de pistache picado grosseiramente

Azeite para finalizar

Preparo:

Tempere o salmão com sal, pimenta e limão e deixe descansar por 10 minutos. Misture o mel, a mostarda e a manteiga até formar um molho uniforme. Espalhe sobre o salmão e cubra com o pistache, pressionando para formar a crosta. Leve ao forno preaquecido a 200 ºC por 12 a 15 minutos. Finalize com azeite.

 

Frango Assado com Manteiga de Ervas e Limão

Ingredientes:

1 frango inteiro ou coxa e sobrecoxa

3 colheres (sopa) de manteiga

3 dentes de alho amassados

1 colher (chá) de páprica doce

Ervas a gosto (alecrim, tomilho ou salsinha)

Suco de 1 limão

Sal e pimenta

Batatas cortadas (opcional)

Preparo:

Misture a manteiga, o alho, as ervas, a páprica, o sal, a pimenta e o limão até formar uma pasta. Passe por toda a superfície do frango, inclusive sob a pele. Coloque em assadeira, acrescente as batatas se desejar e asse a 200 ºC por cerca de 1 hora e 20 minutos, regando com o próprio caldo na metade do tempo. Sirva dourado e suculento.

 

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12 de dezembro de 2025
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‘Morra, Amor’ expõe o custo invisível da maternidade sem apoio

por Maria Eduarda 11 de dezembro de 2025

Longe do romantismo que costuma cercar a maternidade, ‘Morra, Amor’, novo filme de Lynne Ramsay, coloca no centro da tela uma mulher que desmorona em silêncio. Estrelado por Jennifer Lawrence e Robert Pattinson, o longa mostra como o isolamento, a sobrecarga e a cobrança por felicidade absoluta podem levar ao colapso da saúde mental de mulheres que maternam sem rede de apoio.

Fonte: Katherine Anne Rose/Observer New Review

Dirigido pela cineasta escocesa Lynne Ramsay, conhecida por narrativas densas e emocionalmente desafiadoras, o filme não é apenas um drama psicológico. Morra, Amor é um retrato cru da realidade de muitas mães: a solidão que não aparece nas fotos de família e o cansaço que não vira legenda em rede social.

Inspirado no romance da escritora argentina Ariana Harwicz, o longa acompanha Grace, personagem de Jennifer Lawrence, que se muda com o marido para uma fazenda isolada logo após o nascimento do primeiro filho. O que deveria ser um recomeço se transforma em confinamento emocional. Sem apoio, sem escuta e sem divisão de responsabilidades, a protagonista entra em um processo de deterioração mental que culmina em um quadro de psicose pós-parto, condição grave e ainda pouco discutida.

 

A mulher não é fraca, ela é enfraquecida

Para a advogada e pesquisadora Dra. Fernanda Las Casas, doutora em Direito Civil pela USP e presidente da Comissão Nacional de Pesquisas do IBDFAM, o filme toca em uma ferida estrutural: a ideia de que a maternidade deve ser vivida como plenitude constante, mesmo quando dói.

“O excesso de responsabilidades adicionadas dia a dia à vida dessa mulher faz com que ela perca a sua força natural. A mulher não é fraca, ela é enfraquecida, porque não pode mais lutar por si, uma vez que tem que cuidar de todos”, afirma.

Família - Mitos Ancestrais E Crise Da Maternidade - 1a Ed - 2025Em seu livro Família: mitos ancestrais e crise da maternidade, a pesquisadora analisa como crenças culturais sustentam uma lógica de sacrifício que empurra mulheres para o esgotamento.

Entre os principais mitos, ela destaca o chamado mito do amor absoluto, isto é, a maternidade como renúncia total, vivida sem questionamento e sem espaço para o desejo da mulher. O mito do cuidado indivisível é mais um que cerca a maternidade, e consiste na ideia de que cuidar é tarefa exclusivamente feminina, em uma jornada sem fim, que acaba por adoecer. E por fim, a autora cita o mito da culpa materna: quando tudo dá certo, o mérito é coletivo; quando algo falha, a conta chega quase sempre para a mãe.

Dra. Fernanda Las Casas chama atenção para o abandono simbólico que ocorre após o parto. “Toda a atenção se volta para o bebê e a mulher desaparece. O filme mostra, com delicadeza e brutalidade ao mesmo tempo, a retirada progressiva da dignidade da mãe quando se exige que ela seja feliz enquanto se anula.”

 

Maternidade sem rede é risco

A narrativa de ‘Morra, Amor’ vai além do drama individual. Ela denuncia uma estrutura social que naturaliza a sobrecarga e silencia o sofrimento feminino. O longa transforma em imagem aquilo que estatísticas já apontam há anos: quando a maternidade é solitária, o risco de adoecimento mental cresce.

Ao recusar o tom edificante, o filme convida à reflexão. O que acontece quando a mulher não aguenta? Quem cuida de quem cuida? E por que o cansaço materno ainda é tratado como fraqueza, e não como alerta?

Mais do que disputar prêmios, a obra disputa consciência. Ele não oferece respostas fáceis, mas obriga o público a encarar uma pergunta incômoda: até quando mulheres seguirão sendo chamadas de “fortes” para que a sociedade não precise ser justa?

 

Quem é Dra. Fernanda Las Casas

Advogada e pesquisadora em Direito de Família e Sucessões, é doutora em Direito Civil pela Universidade de São Paulo (USP), mestra em Função Social do Direito pela FADISP e especialista pela ESA/SP. Professora nas áreas de Direito Civil, Digital, Bioética e Família, atua em instituições como UEL, Damásio e ESA/OAB. É autora do livro ‘Família: mitos ancestrais e crise da maternidade’ (Editora Foco), coautora de outras 18 obras e presidente da Comissão Nacional de Pesquisas do IBDFAM.

11 de dezembro de 2025
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Mulheres, crianças, idosos e pessoas com deficiência entram no centro do debate no Senado

por Maria Eduarda 10 de dezembro de 2025

Está acontecendo no Senado

Nesta quarta-feira (10), o Senado coloca em pauta projetos que mexem diretamente com a vida de mulheres, mães, cuidadoras, famílias e pessoas em situação de vulnerabilidade. A Comissão de Direitos Humanos (CDH) realiza uma sessão decisiva a partir das 11h, justamente no Dia Internacional dos Direitos Humanos e na reta final da campanha dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher.

Em Brasília, o foco agora é transformar discurso em política pública. E, entre os projetos em debate, alguns mexem em pontos sensíveis da realidade feminina: segurança, autonomia, proteção e reconhecimento.

Um deles é o PL nº 121/2025, da senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB), que cria a chamada Agenda Transversal das Mulheres na administração pública. Na prática, a proposta quer obrigar governos a pensarem políticas para mulheres não apenas em datas simbólicas, mas dentro das decisões de orçamento, impostos e programas oficiais.

Outro projeto da mesma senadora aponta para a segurança de mulheres que viajam sozinhas. O PL nº 719/2025 garante o direito de escolher assentos ao lado de outras mulheres em transportes coletivos, medida vista como tentativa de reduzir situações de assédio e constrangimento em ônibus, trens e aviões.

A violência doméstica também entra em pauta. O Senado analisa o Projeto de Resolução nº 113/2023, que cria o Prêmio Maria da Penha de Pesquisa, com foco em estudos sobre violência contra a mulher sob a perspectiva de gênero e raça. A ideia é incentivar pesquisas que ajudem a melhorar políticas públicas e enfrentar um problema que segue atingindo milhares de brasileiras diariamente.

 

Crianças, PCDs e mães fogem da violência

A situação de mulheres que voltam ao Brasil com seus filhos para escapar da violência também entra na discussão. A senadora Mara Gabrilli apresentou pedido para a criação de uma subcomissão permanente que trate da subtração internacional de crianças — uma realidade silenciosa de mães que cruzam fronteiras buscando proteção para si e para os filhos.

Além disso, a CDH discute propostas voltadas a crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA), alergias e intolerância alimentar. Um projeto do senador Jader Barbalho autoriza que esses jovens possam entrar e permanecer em qualquer local com seus próprios alimentos e utensílios, garantindo dignidade em situações comuns como ir à escola, viajar ou participar de eventos.

O senador Romário também tem duas propostas em análise: a criação do Dia Nacional do Orgulho Autista, em 18 de junho, e a inclusão explícita das pessoas com Síndrome de Down na isenção do IPI na compra de veículos.

 

Envelhecer com dignidade

Os direitos das pessoas idosas também ganham espaço na sessão. Um projeto prevê maior fiscalização em instituições de longa permanência para idosos, locais que abrigam pessoas que, muitas vezes, já perderam vínculos familiares.

Outra proposta busca barrar práticas abusivas contra aposentados e pensionistas, limitando ofertas de empréstimos consignados que levam milhares de idosos ao superendividamento e à perda da autonomia financeira.

 

Um balanço político e simbólico

A reunião da CDH termina com um balanço das atividades da comissão ao longo do ano e homenagens ao Dia Internacional dos Direitos Humanos. No papel, o Senado debate leis. Na prática, o que está em jogo são direitos básicos: segurança, dignidade e acesso a políticas públicas.

Para mulheres que acompanham política com distância ou desconfiança, um recado é inevitável: o que se decide em Brasília atravessa a rotina de quem pega ônibus, cuida de filhos, envelhece e tenta simplesmente viver com dignidade.

O encontro será realizado no Plenário 2, no Anexo 2 do Senado, e terá também transmissão ao vivo pela TV Senado e pelo canal da emissora no Youtube.

10 de dezembro de 2025
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Recorde de violência contra mulheres no estado do Rio expõe colapso na proteção

por Maria Eduarda 9 de dezembro de 2025

O ano de 2024 marcou o mais grave retrocesso da última década no enfrentamento à violência de gênero no Rio de Janeiro. Dados do Dossiê Mulher 2025 mostram que 154.193 meninas e mulheres registraram agressões no estado, o maior número em dez anos. Ao mesmo tempo, o descumprimento de medidas protetivas de urgência chegou a um patamar inédito, com 4.846 violações registradas. No mesmo período, 107 mulheres foram assassinadas em crimes classificados como feminicídio, alta de 8,1% em relação a 2023.

A violência psicológica segue como a principal porta de entrada do ciclo de agressões. Em 2024, essa foi a modalidade mais registrada pelo quarto ano consecutivo e atingiu 56.206 vítimas, o equivalente a mais de um terço de todos os casos notificados no estado.

O crescimento mais acelerado, no entanto, aparece em outras frentes igualmente alarmantes. As tentativas de feminicídio alcançaram 382 ocorrências, o maior número da série histórica, com aumento de 24% em apenas um ano. A violência patrimonial também bateu recorde, com 8.334 registros e alta de 24,5%, revelando uma face menos visível, mas igualmente destrutiva da violência doméstica, que envolve controle financeiro, retenção de bens e dependência econômica forçada.

Entre os crimes mais recorrentes, a ameaça lidera as estatísticas, com 46.203 vítimas, seguida por lesão corporal dolosa, com 42.742 registros, e injúria, que vitimou 30.006 mulheres. Os dados reforçam como a violência costuma se apresentar de forma gradual, escalonando de agressões verbais para ataques físicos e, em muitos casos, para o desfecho letal.

O ambiente doméstico continua sendo o principal cenário da violência. Mais de 64% dos feminicídios e 65% das tentativas ocorreram dentro da residência da vítima. Na maioria dos casos, o agressor não é um desconhecido: companheiros e ex-companheiros respondem por quase metade das ocorrências registradas em 2024, evidenciando que o perigo está, na maior parte das vezes, dentro de casa e no círculo íntimo de confiança.

Outro dado que expõe a fragilidade das medidas de contenção é o perfil dos autores. Entre os agressores identificados em casos de feminicídio, quase 60% já haviam cometido outros crimes, sobretudo ameaça e violência doméstica. O histórico revela uma sucessão de alertas ignorados antes do desfecho fatal.

O impacto da violência também tem recorte racial evidente. Mulheres negras representam 52,1% das vítimas em geral e 71% das que perderam a vida. Das 107 mulheres assassinadas em 2024, 71 eram mães. Quase metade deixou filhos menores de idade, ampliando o alcance da violência para além das vítimas diretas e expondo uma geração inteira às marcas do trauma.

A repetição desses índices, especialmente no descumprimento de medidas protetivas, mostra que o problema não é apenas de lei, mas de execução. Mesmo com instrumentos como a Lei Maria da Penha e a tipificação do feminicídio, a proteção das mulheres ainda esbarra na lentidão institucional, na falta de fiscalização e na ausência de políticas de prevenção contínuas.

Os números não apenas descrevem uma crise. Eles apontam para um sistema que falha em interromper a violência antes que ela termine em morte.

9 de dezembro de 2025
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Escritora carioca, romancista e sobrinha de Paulo Coelho, traz lançamento à Resende

por Maria Eduarda 6 de dezembro de 2025

A escritora carioca Maria Elisa Coelho, também jornalista e produtora cultural, esteve em Resende na última quinta-feira (4) para o lançamento de Bluebell, romance que mistura fantasia, história e realidade. A autora foi recebida na cidade para uma tarde de autógrafos e conversa com leitores, marcando a chegada da obra ao Sul Fluminense após passagens por Dubai, em 2020, e pelos Estados Unidos.

Maria Elisa Coelho é escritora, jornalista e produtora cultural. Nascida na capital do estado, ela diz sentir-se pertencente à Resende, cidade onde construiu laços, acumulou histórias e formou parte essencial de sua identidade e trajetória. O afeto da autora por Resende e pelas pessoas de lá dialoga diretamente com a proposta de BlueBell, obra que percorre virtudes humanas universais como o amor, a gratidão e a humildade. 

 

O livro convida o leitor a refletir sobre os tempos modernos, marcados pelo volume excessivo de informações e pelo ritmo acelerado do cotidiano. A obra também se apresenta como um convite a pausar, sair da rotina e se permitir estar verdadeiramente presente. A imersão em uma narrativa que mistura romance, aventura e mistério promete surpreender.

Os exemplares físicos podem ser adquiridos na Amazon: https://a.co/d/imoNDrN

 

Opinião Diário Delas

Nota: 5/5

Em Bluebell, Maria Elisa Coelho apresenta um romance que combina atmosfera europeia, delicadeza espiritual e um toque de fantasia para narrar a jornada interior de Chiara di Bernardi, uma jovem arquiteta italiana inquieta diante das expectativas sociais que a cercam. A obra não se constrói sobre grandes reviravoltas, mas sobre a lenta e sensível descoberta de propósito, movimento que se revela nas pequenas epifanias, nos símbolos recorrentes e nos encontros que parecem guiados por algo maior.

O romance utiliza metáforas fortes, como as bluebells que dão nome ao livro, para sugerir um caminho de amadurecimento. A presença desses elementos cria uma sensação de fábula moderna, em que realidade e simbolismo caminham lado a lado.

A escrita possui cenas que evocam paisagens italianas, bibliotecas antigas e atmosferas quase oníricas. O texto convida o leitor a desacelerar, absorver os detalhes e acompanhar a protagonista em sua busca por sentido, que dialoga com dilemas contemporâneos sobre identidade, propósito e o peso das escolhas.

Sem revelar seus mistérios centrais, Bluebell se afirma como um romance de formação espiritual, que aposta na sensibilidade e na introspecção como motores narrativos. É uma obra que se oferece como espelho: mais do que acompanhar a trajetória de Chiara, o leitor é convidado a observar a própria inquietação e a se aproximar das virtudes que sustentam uma vida mais consciente.

6 de dezembro de 2025
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Projeto capacita mulheres e meninas a reconhecer sinais de violência antes da agressão

por Maria Eduarda 5 de dezembro de 2025

Vanessa Ribeiro, especialista em segurança e defesa pessoal para mulheres, natural de Niterói (RJ) e formada em Israel, transformou sua atuação profissional em uma resposta direta à violência cotidiana sofrida por mulheres e meninas. Atuando em diferentes regiões do Brasil e também na África, ela desenvolveu cartilhas e projetos de prevenção que hoje ganham ainda mais relevância diante do avanço dos casos de agressão no país.

A pergunta que guia o trabalho da especialista Vanessa Ribeiro é direta e desconfortável: por que o Brasil reage à violência contra a mulher apenas quando ela já aconteceu? Especialista em segurança e defesa pessoal, Vanessa Ribeiro chegou a Brasília em busca de cumprir sua missão, sem conhecer ninguém, mas com uma convicção: atuar na raiz do problema.

“Eu estava ganhando dinheiro, a academia estava funcionando, mas essa voz começou a me dizer: como é que você chega às mulheres que não podem pagar por uma aula? Como você chega às mulheres que estão em situação de violência e não conseguem nem sair de casa?”, relembra.

Do incômodo pessoal nasceu o projeto Defesa das Mulheres, uma iniciativa que atua na educação preventiva e na formação em segurança, tanto no ambiente doméstico quanto no urbano. O método prioriza informação e encorajamento, sem recorrer ao medo ou à exposição da violência como espetáculo. O objetivo é claro: ensinar mulheres a reconhecer sinais de risco antes que a agressão se concretize.

 

 

“Não existe cara de agressor. Ele pode ser seu professor, seu namorado, alguém da sua família”,

afirma. Por isso, segundo ela, o foco não está em aparência, mas em comportamento. “O que mostramos são as bandeiras vermelhas que aparecem ao longo de um relacionamento.”

 

Cartilha que chega antes da violência

Um dos principais instrumentos do projeto é a Cartilha de Prevenção à Violência contra Meninas e Mulheres, desenvolvida por Vanessa Ribeiro e hoje distribuída pelo Ministério das Mulheres e pela Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal.

A publicação é utilizada nas atividades do projeto em diferentes regiões, especialmente em escolas e comunidades, com foco em meninas entre 15 e 16 anos que estão iniciando os primeiros relacionamentos e conquistando maior autonomia de circulação.

“Eu consigo explicar para elas atitudes que parecem normais, mas não são seguras: encontros marcados por aplicativos, confiança rápida demais, exposição em redes sociais”, relata.

Para a especialista, a cartilha não ensina medo, mas consciência. “A gente quer despertar o bichinho da segurança.”

 

Educação como saída de longo prazo

O trabalho em escolas revelou outra urgência: falar sobre proteção com crianças. Dessa demanda nasceu o projeto ‘Escola Segura, Vida Segura’, dedicado a estudantes de 6 a 14 anos.

A iniciativa reúne livros pedagógicos, material online e formação para professores. O conteúdo aborda, conforme a faixa etária, segurança emocional, violência física, bullying, assédio e importunação.

“Não é só a criança que aprende. A gente capacita o professor para reconhecer sinais e agir”, explica. Para ela, a educação é o caminho mais consistente para romper ciclos de violência. “Uma criança que aprende a identificar situações de risco cresce sabendo se proteger. Isso muda histórias.”

Ela também chama atenção para o impacto indireto da violência contra a mulher. “Quando ocorre um feminicídio, em média duas crianças se tornam vítimas secundárias.” Em muitos casos, essas crianças passam a ser criadas pela família do agressor. “Crescem ouvindo que a mãe foi culpada. É uma distorção que perpetua a violência.”

Hoje, o Defesa das Mulheres é apresentado a gestores públicos como um programa completo, que vai além da entrega de material. “Não é só conteúdo. É formação, é metodologia, é acompanhamento.”

A partir de janeiro, Vanessa Ribeiro passa a expandir o projeto para o setor corporativo em São Paulo, com foco na proteção de colaboradoras e na prevenção à violência no ambiente de trabalho.

A ideia que sustenta todo o trabalho permanece a mesma desde o início: a violência precisa ser combatida antes de acontecer.

5 de dezembro de 2025
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Sete em cada dez lares chefiados por mulheres negras vivem com um salário mínimo

por Maria Eduarda 4 de dezembro de 2025

Cerca de 70% dos domicílios chefiados por mulheres pretas e pardas no Brasil sobrevivem com rendimento mensal per capita de até um salário mínimo, segundo o Relatório Anual Socioeconômico da Mulher (RASEAM, 2025). O dado, referente a 2023, posiciona esses lares no piso da pirâmide de renda e está associado a maior incidência de insegurança alimentar, informalidade no trabalho e menor acesso a políticas de cuidado, como creches.

No ano da coleta dos dados, viver com até um salário mínimo por pessoa era a realidade da maioria absoluta dos lares chefiados por mulheres pretas e pardas no país. Isso significa que, em sete de cada dez casas, o dinheiro disponível mal cobre as despesas mais básicas, como alimentação, contas de água e luz e itens de higiene. Entre os domicílios liderados por mulheres brancas, essa condição atinge menos da metade. A diferença revela que a cor da pele ainda interfere diretamente na chance de uma mulher conseguir sustentar sua família com um mínimo de estabilidade. No entanto, a diferença de gênero ainda é maior do que o contraste salarial entre mulheres brancas e negras. Homens lideram disparado no mercado de trabalho.

Levantamento  do Diário Delas mostra realidade no Sul Fluminense

A realidade enfrentada diariamente por mulheres que sustentam sozinhas suas famílias no Sul Fluminense aparece de forma concreta no custo de vida. Um levantamento feito pelo Diário Delas mostra que, em Volta Redonda, a maior cidade da região em população, manter uma casa básica consome quase toda a renda disponível. Aluguéis de kitnets ou imóveis pequenos nas áreas mais acessíveis variam entre R$ 800 e R$ 1.200, valor que compromete grande parte do salário de quem está nas faixas mais baixas de rendimento. No supermercado, itens essenciais como arroz, feijão, leite e óleo já pressionam o orçamento, enquanto contas de luz, água, gás, internet e transporte completam uma rotina de gastos difícil de equilibrar. Na prática, o dinheiro acaba ainda no início do mês, e muitas famílias precisam escolher o que pagar primeiro para conseguir seguir.

Mais do que ganhar menos, mulheres ocupam os postos de desvantagem do mercado de trabalho. Segundo o relatório, a informalidade atinge 41% das mulheres pretas e pardas, o que significa ausência de carteira assinada, 13º salário, férias remuneradas e proteção contra demissão. Em regiões como Norte e Nordeste, essa realidade alcança quase metade das trabalhadoras negras. O relatório mostra ainda que o trabalho doméstico segue como a principal porta de entrada profissional para milhões de brasileiras, mas com baixo grau de formalização. Das 5,4 milhões de mulheres nessa ocupação, apenas 23,9% possuem vínculo legal. Na prática, isso mantém uma parcela expressiva da população feminina presa a empregos sem estabilidade e sem perspectiva de ascensão.

Fora do mercado de trabalho formal, muitas mulheres fazem do cuidado uma jornada sem salário e sem descanso. Os dados mostram que pouco mais da metade das brasileiras em idade ativa está economicamente ocupada, bem abaixo da presença masculina, e que a falta de acesso à creche é um dos principais freios à autonomia. Quando os filhos pequenos estão fora da escola, menos da metade das mães consegue trabalhar; quando estão na creche, a inserção no mercado cresce de forma significativa. Ao mesmo tempo, a instabilidade financeira convive com outro risco permanente: a violência. Isto é, mulheres que dependem financeiramente de homens estão mais propensas à sofrerem algum tipo de violência. Só no primeiro semestre de 2024, mais de 322 mil mulheres recorreram ao Ligue 180. A maioria das agressões parte de homens e quase metade é reincidente. O relatório mostra que a desigualdade de renda, a sobrecarga do cuidado e a violência não são crises separadas, mas partes de um mesmo cenário de insegurança cotidiana.

 

4 de dezembro de 2025
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Comissão aprova projeto que amplia garantias à mulher em casos de violência doméstica

por Maria Eduarda 3 de dezembro de 2025

A Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado aprovou por unanimidade, nesta quarta-feira (3), o Projeto de Lei 1.050/2024, que autoriza a mulher vítima de violência doméstica a pedir a suspensão do processo criminal quando considerar a medida mais adequada à sua situação. Relatado pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF), o texto segue agora para análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).Segundo a relatora, a proposta busca tornar o sistema de Justiça mais sensível à realidade das vítimas e reduzir os impactos causados pela demora nos julgamentos. Em apoio ao projeto, Damares cita dados do Conselho Nacional de Justiça que indicam que o tempo médio até a primeira sentença nesses processos é de aproximadamente dois anos e dez meses.

O relatório destaca que a suspensão não representa benefício ao agressor. A medida só poderá ser adotada se a mulher manifestar sua vontade de forma expressa em audiência e desde que o acusado não esteja sendo processado nem tenha condenação por outro crime.

Durante o período de suspensão, que pode variar entre dois e quatro anos, o agressor permanecerá sob acompanhamento da Justiça e deverá cumprir condições impostas pelo juiz, como participação em programas de reeducação, reparação de danos e restrições de circulação.

O projeto segue para análise terminativa na Comissão de Constituição e Justiça antes de eventual votação em plenário.

3 de dezembro de 2025
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Dispositivos de monitoramento podem evitar a morte de mulheres

por Maria Eduarda 3 de dezembro de 2025

A Comissão de Segurança Pública (CSP) do Senado Federal aprovou nesta terça-feira (2) dois projetos de lei (PLs) que ampliam significativamente os mecanismos de proteção às mulheres e a capacidade de resposta do Estado diante de situações de ameaça. Os textos, relatados pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF), chegam à aprovação em uma semana marcada por episódios brutais de violência no país, incluindo o caso da jovem arrastada por mais de um quilômetro pelo ex-companheiro, que resultou na amputação de suas duas pernas, reacendendo o debate sobre a urgência de medidas capazes de prevenir feminicídios.

O primeiro projeto aprovado é o PL 930/2023, de autoria do senador Jayme Campos (União-MT). A proposta modifica a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) para permitir que os órgãos de segurança pública acessem, sem necessidade de autorização judicial prévia, a localização em tempo real de agressores submetidos a monitoramento por tornozeleira eletrônica.

Atualmente, o procedimento de compartilhamento de dados depende de uma decisão judicial, conforme previsto na Resolução 412/2021 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A relatora, Damares Alves, criticou duramente essa norma do CNJ, argumentando que a exigência burocrática impede a atuação imediata das forças policiais em cenários de risco iminente.

Ao defender a mudança, a senadora afirmou que qualquer procedimento que atrase a atuação das autoridades pode significar a preservação da vida de uma mulher que seria nova vítima de feminicídio. Em seu relatório aprovado, ela foi categórica: “O risco do agressor à exposição de sua vida privada é um custo mais baixo do que o risco criminal a que a norma expõe a sociedade, a ameaça vivida pelas vítimas das agressões, o que atende ao critério da eficiência”.

A comissão também deu sinal verde para o PL 670/2023, apresentado pela senadora Zenaide Maia (PSD-RN). Este projeto cria o Programa Mulher Alerta, garantindo às vítimas em situação de violência doméstica e familiar acesso gratuito a um dispositivo de emergência.

 

Crédito: Maxim Hopman

 

O aparelho terá conexão direta com as autoridades de segurança pública e deve permitir o envio imediato de agentes ao local assim que for acionado pela vítima.

Damares Alves destacou, no relatório, que o dispositivo tem potencial para salvar vidas ao reduzir drasticamente o tempo de resposta do Estado.

A senadora ressaltou ainda que o aparelho pode funcionar como um instrumento de dissuasão para agressores reincidentes. “Se os agressores contam com a falta de poder de reação da vítima da agressão, o que farão sabendo que terão que enfrentar, de imediato, as autoridades de segurança pública? Certamente, podemos antecipar que a incidência de casos de agressão diminuirá bastante”, diz um trecho do documento.

Os dois projetos foram aprovados por unanimidade e seguem agora para análise terminativa na Comissão de Direitos Humanos (CDH).

3 de dezembro de 2025
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Bagunça alimenta sobrecarga mental; saiba como entrar em 2026 com leveza

por Maria Eduarda 2 de dezembro de 2025

A procura por serviços de personal organizer cresce nas semanas que antecedem as festas de fim de ano, impulsionada por quem sente necessidade de reduzir excessos e retomar o controle da própria rotina doméstica. Para a personal organizer Ana Paula Sá, esse movimento é recorrente. “O fim do ano sempre traz um aumento na procura. As pessoas entram num movimento natural de fechar ciclos e sentem a necessidade de começar o novo ano mais leves, com mais controle da rotina e da casa.” Segundo ela, o acúmulo ao longo dos meses se torna mais evidente nesse período, o que desperta o desejo por ambientes mais práticos e menos estressantes.

Há algumas semanas das festas de fim de ano, dezembro se inicia carregado de significados ligados a rituais de encerramento, renovação e expectativas para o ciclo que se aproxima. O simbólico ganha forma em práticas cada vez mais compartilhadas nas redes sociais e nas conversas entre amigos e familiares. A organização da casa passa a integrar esse ritual de virada, associado à busca por leveza, controle da rotina e redução da sobrecarga no dia a dia.

A tradição do feng shui para a renovação de ciclos

Esse comportamento se conecta também a ideias mais antigas sobre equilíbrio e renovação. Práticas como o feng shui associam a organização dos ambientes à circulação de novas energias e à abertura de um novo ciclo. Ainda que o trabalho da personal organizer seja técnico e prático, Ana Paula Sá observa que os reflexos vão além da estética. O excesso visual e a desordem tendem a gerar desconforto mental, enquanto espaços organizados favorecem a sensação de clareza e bem-estar.

Quando o objetivo é “virar o ano com a casa em ordem”, ela orienta começar pelos ambientes que mais interferem na rotina. “O ideal é começar pelo que mais impacta o dia a dia: guarda-roupa ou cozinha. São espaços usados diariamente e que, quando estão organizados, já trazem sensação imediata de alívio”, explica. A profissional destaca que a organização começa muito antes de dobrar roupas ou organizar prateleiras. “O primeiro passo é fazer uma triagem e tirar o que não faz sentido manter. Depois vem a categorização e só então a organização.”

 

Na rotina de quem tenta organizar a casa, o principal desafio costuma ser o excesso. Para Ana Paula Sá, mais do que falta de método, o problema está no volume de objetos acumulados. “Os dois atrapalham, mas o excesso pesa mais. Quando a casa tem mais coisas do que o espaço comporta, nada funciona de forma fluida”, afirma. Para ela, a organização só se sustenta quando há equilíbrio entre quantidade e espaço disponível.

Outro ponto abordado por Ana Paula Sá é a confusão entre estética e funcionalidade. “Um guarda-roupa organizado funciona; um guarda-roupa apenas bonito só impressiona por foto”, observa. Na prática, organização real envolve acesso fácil, visão clara das peças e uso eficiente no cotidiano. Segundo ela, ambientes pensados apenas para “ficarem bonitos” não resistem à rotina.

Quando o assunto é manter a casa organizada, não há segredo técnico, mas uma regra básica. “Cada coisa precisa ter um lugar definido e todo mundo na casa precisa saber qual é esse lugar. Quando o item tem endereço, ele volta para o mesmo lugar sempre”, orienta. É essa lógica simples que sustenta a ordem ao longo do tempo.

 

Compras em excesso e nada eficientes

A profissional também chama atenção para a compra impulsiva de organizadores. “Vale a pena investir quando o produto realmente facilita o uso diário. O importante não é comprar pela estética, mas pela eficiência que o item traz pra rotina”, reforça.

No cotidiano, os ambientes que mais concentram a desorganização são o closet e a cozinha. No guarda-roupa, o apego a roupas e acessórios sobrecarrega o espaço. “Peças que não servem mais, roupas ganhadas de presente que nunca foram usadas e itens guardados na expectativa de um dia usar ocupam espaço e contribuem para a bagunça”, aponta. Já na cozinha, a diversidade de utensílios sem sistema definido faz com que tudo se misture e a desordem surja com facilidade.

 

Ao falar sobre o que realmente sustenta a organização no longo prazo, Ana Paula Sá é direta. “Organização depende de hábito. Tempo e dinheiro ajudam, mas sem mudança de comportamento nada se mantém.” Para ela, pequenas ações diárias fazem mais diferença do que grandes mutirões esporádicos.

A mudança mais simples e mais eficaz, segundo a especialista, continua sendo o desapego. “Retirar tudo o que a pessoa não usa mais já é meio caminho andado. Isso libera espaço, renova a energia da casa e ajuda a enxergar o que realmente tem”, avalia. Com menos excessos e mais clareza, o novo ano chega não apenas organizado, mas mais leve.

2 de dezembro de 2025
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