Sul Fluminense
Um estudo inédito com mulheres assistidas pelo CEAM de Queimados, ligado à Secretaria de Estado da Mulher, mostrou como a dependência emocional torna mulheres mais vulneráveis a relações abusivas. A pesquisa, conduzida pela UFRRJ, aponta que fatores emocionais e sociais dificultam o rompimento do ciclo da violência.
Entre os principais motivos de permanência nesses relacionamentos estão a dependência emocional (25%), a vergonha reforçada por crenças religiosas (21%) e a preservação da família em função dos filhos (17%).
Ciclo da violência
O levantamento revelou que 52% das entrevistadas têm histórico de violência em outras gerações familiares, e 48% já haviam sofrido agressões em relacionamentos anteriores. Esse contexto reforça sentimentos de desconexão (73%) e supervigilância (66%).
As consequências mais relatadas foram autoculpabilização (38%), desesperança (31%) e isolamento (35%). Muitas mulheres relataram apoio da rede de acolhimento como fator decisivo para romper o ciclo da violência.

Arte como recomeço
Para fortalecer a autoestima, a Secretaria de Estado da Mulher promoveu oficinas de pintura em três centros especializados. A atividade ofereceu acolhimento e estimulou novas perspectivas.
“Essa é a casa dos meus sonhos. Ainda não é a que eu tenho, mas é a que desejo: limpinha, cheirosa, do meu jeitinho”, contou Ana (nome fictício), emocionada ao apresentar sua primeira tela após anos de violência doméstica.
Rede de proteção
O Estado do Rio dispõe de uma rede com três Centros Especializados de Atendimento à Mulher, 14 Delegacias Especializadas (DEAMs), Patrulha Maria da Penha e parcerias com Saúde, Justiça e Educação.
Somente no primeiro semestre de 2024, foram realizados mais de 7 mil atendimentos, mostrando a importância de serviços que unem apoio psicológico, jurídico e social para reconstrução da vida dessas mulheres.
Todos os endereços, incluindo os dos 50 centros especializados municipais que existem no estado do Rio, podem ser consultados no aplicativo gratuito para celular Rede Mulher e no site www.secmulher.rj.gov.br.
