Sul Fluminense
Quando pensamos em relações internacionais e embates comerciais, é comum imaginar um cenário distante, feito de reuniões diplomáticas, cifras milionárias e debates que não tocam diretamente o nosso dia a dia. Mas e se eu te dissesse que uma tarifa aprovada nos Estados Unidos pode influenciar o preço da sua roupa, do seu arroz, da ração do seu cachorro e até da sua próxima ida ao mercado?
Sou Luana Andrade, criadora do Instagram Pecuária Descomplicada, e nesta matéria vou te mostrar por que o chamado “tarifaço de Trump” não é apenas uma disputa política, é também uma questão que atravessa a casa, o campo e nossas vidas.
Tarifa de 50%: o impacto direto no seu custo de vida
A recente proposta do presidente dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros assustou o setor produtivo e os consumidores. E não é por acaso: os impactos vão desde exportações agrícolas até a indústria têxtil. Mais do que números, estamos falando de algo que afeta o custo de vida de famílias inteiras e que pode transformar nossos hábitos de consumo, da bota à mesa do café.
Do campo ao armário: tudo está conectado
Você já pensou que o jeans que você veste, o algodão da camiseta ou o couro da sua bolsa dependem de insumos e negociações internacionais? Muitos desses materiais atravessam fronteiras antes de chegar ao seu armário. Um conflito comercial com os EUA pode encarecer o transporte, dificultar importações, reduzir investimentos e afetar diretamente os preços finais.
No campo, onde estou, isso é ainda mais visível: o custo de fertilizantes, máquinas e medicamentos veterinários pode disparar. E isso, claro, se reflete no custo da carne, do leite, do milho e de muitos outros produtos básicos que abastecem o Brasil.
Moda, beleza e casa: os reflexos no dia a dia
Na moda, os impactos também são reais. Matérias-primas como algodão, couro e até pigmentos usados em tecidos podem ficar mais caros ou menos acessíveis. Marcas que dependem de importações podem ter que repensar suas coleções, e nós, consumidoras, vamos sentir isso no bolso e nas prateleiras.
Isso sem falar em produtos infantis, brinquedos, cosméticos, eletrodomésticos e outros itens que compõem o nosso dia a dia, e que fazem parte da rotina de milhares de mulheres que equilibram trabalho, filhos e casa.
Isso é problema de mulher, sim
O que tudo isso tem a ver com a mulher? Tudo. Hoje, somos nós que fazemos as contas, que decidimos onde investir, o que plantar, o que comprar e quando vender. Somos as que ajustam o orçamento da fazenda e da casa, às vezes, no mesmo caderno.
Quando uma medida como essa ameaça a estabilidade do comércio entre dois gigantes como Brasil e Estados Unidos, ela atravessa a nossa produtividade e também a nossa maternidade, o nosso consumo, a nossa autonomia financeira.
Informação como forma de autonomia
Mas não precisamos nos desesperar, precisamos nos informar. Conhecer o cenário global, entender o que significam essas tarifas, acompanhar o posicionamento do nosso governo e das entidades. Estar por dentro é um ato de responsabilidade com a gente mesma, com nossos filhos e com os nossos negócios. Informação é poder, e, no agro, é tão essencial quanto a chuva na hora certa.
A mudança começa em nós
A mudança de comportamento também começa aqui: escolher melhor o que consumimos, planejar com mais estratégia os nossos investimentos e, acima de tudo, não subestimar o impacto que uma decisão geopolítica pode ter sobre uma mulher que planta, que compra, que educa, que empreende.
No Pecuária Descomplicada (@pecuariadescomplicada), sempre defendo que a simplicidade não significa falta de visão. Pelo contrário: significa transformar temas complexos em decisões práticas. E é isso que quero te convidar a fazer agora. Vamos juntas? Entender mais, questionar mais, decidir melhor. Porque política internacional também é assunto de mulher. E quando o mundo mexe nas nossas famílias, ele mexe com a gente.
Calça a bota e vem comigo.