Sul Fluminense
Maio é um mês simbólico. É o mês das mães aquelas que geram, que criam, que acolhem e também o mês da adoção, esse gesto de amor imenso que transforma vidas, lares e destinos. E não por acaso essas duas celebrações caminham lado a lado: há mães que sonham com um filho que ainda não chegou, e há crianças que esperam, com esperança no olhar, por esse amor tão aguardado.
Na minha atuação como advogada na área da infância e juventude, testemunho o quanto o processo de adoção é, antes de tudo, um caminho de afeto. Mas também é, e precisa ser, um caminho legal, trilhado com responsabilidade, ética e respeito ao que há de mais sagrado: o direito de toda criança e adolescente a crescer em um ambiente familiar seguro, amoroso e estável.
A adoção legal não é apenas um requisito burocrático é a garantia de que esse encontro entre mãe e filho, entre pai e filha, se dá de forma protegida, legítima e amparada pela lei. É ela que assegura que a criança não será submetida a vínculos precários, a entregas irregulares ou a situações que coloquem sua integridade em risco. A lei existe para proteger o amor, não para impedi-lo.
Neste mês de maio, celebramos todas as formas de maternidade inclusive aquelas que não vieram do ventre, mas do coração. Mães que enfrentam filas, entrevistas, cursos preparatórios, laudos e visitas técnicas. Mães que não desistem. Que sonham, que se preparam e que esperam, com o quarto arrumado e o coração aberto, pela chegada do seu filho aquele que o destino, e o direito, ainda vão trazer.

A adoção é, sim, um gesto de amor. Mas é, sobretudo, um ato de justiça. Justiça para com quem foi privado do convívio familiar. Justiça para com quem deseja, com todas as forças, exercer a maternidade ou a paternidade de forma plena e consciente. E quando amor e justiça se encontram, nasce uma nova família legítima, verdadeira e indissolúvel.
Que possamos refletir, apoiar e valorizar a adoção legal como o caminho seguro para o nascimento de vínculos eternos. Porque ser mãe não é apenas gerar. É amar, cuidar, proteger e lutar, inclusive nos tribunais, para trazer seu filho para trazer para casa.

