Sul Fluminense
Sustentabilidade, estilo e propósito: três palavras que definem a nova era da moda feminina. Nos últimos anos, os brechós digitais deixaram de ser apenas uma tendência para se tornarem um movimento que reflete uma mudança de comportamento.
Cada vez mais mulheres têm repensado a forma de consumir e enxergado nas roupas usadas uma maneira de expressar identidade, sem abrir mão da consciência ambiental.
Plataformas como Enjoei, TROC e até perfis no Instagram provaram que comprar e vender roupas de segunda mão é um ato de moda e, ao mesmo tempo, de responsabilidade. A chamada “moda circular” estimula o reuso, prolonga o ciclo de vida das peças e reduz o impacto ambiental de uma indústria que, sozinha, é responsável por cerca de 10% das emissões globais de carbono, segundo a ONU Meio Ambiente.
Mas o que antes carregava preconceito “roupa usada”, “peça velha” hoje é símbolo de curadoria, estilo e exclusividade. A lógica do “novo” está mudando. Agora, o foco é vestir histórias, não apenas tendências. Brenda Nury design de moda, falou um pouco com a gente sobre esse tema.

Consumo consciente e o empoderamento feminino
A moda circular também conversa diretamente com o empoderamento feminino. Para muitas mulheres, comprar e vender roupas usadas se tornou uma forma de autonomia financeira e expressão pessoal.
Além de contribuir para o meio ambiente, elas também criam negócios próprios e constroem comunidades em torno da ideia de consumo responsável.
“O fortalecimento do consumo consciente e da moda circular entre mulheres está ligado a um conjunto de fatores sociais, econômicos e culturais como consciência ambiental, identidade e o fator financeiro. Esse movimento ganha força porque dialoga com pautas contemporâneas centrais para as mulheres: sustentabilidade, autonomia e pertencimento social”, diz Brenda.
Mais do que uma escolha estética, é uma mudança de mentalidade. As mulheres estão deixando de consumir por impulso para consumir com propósito, e isso tem reflexos em toda a cadeia da moda.
Muitos brechós digitais nasceram como pequenos projetos pessoais e hoje movimentam uma economia colaborativa, mais ética e sustentável.
“Os brechós digitais representam uma ruptura no modelo tradicional de consumo da moda e que se sustenta em alguns fatores como: transformação do mercado, mudança da mentalidade e mudança no comportamento de compra. Na minha opinião isso nos mostra que no futuro, se os brechós digitais continuarem em expansão, a indústria da moda terá de se adaptar: não bastará produzir em massa, será necessário pensar em peças duráveis, transparentes e com valor agregado que resistam a vários ciclos de uso. O futuro consome menos e melhor”, nos conta a design de moda.
Mais do que um fenômeno de consumo, a moda circular é um convite a desacelerar, e pensar diferente. É sobre prolongar a vida das roupas, repensar o que realmente faz sentido e escolher com mais intenção.
No fim das contas, é um movimento que vai além do guarda-roupa: é sobre recomeços, consciência e o poder feminino de transformar o mundo um look de cada vez.

Brenda Nury – design de moda
@brendanury_







O conforto deixou de ser básico, virou tendência.
Peças-chave para o guarda-roupa da mãe moderna:















