Sul Fluminense
“Você já voltou ao corpo de antes?” Essa pergunta pode parecer inocente, mas carrega uma cobrança que muitas mães sentem diariamente. Entre noites mal dormidas, hormônios em transformação e novas responsabilidades, o corpo da maternidade é visto como algo que precisa se encaixar em padrões irreais.
A maternidade transforma. A rotina muda, o corpo muda, e as prioridades se reorganizam. Mas, ainda assim, a sociedade insiste em colocar um peso extra: o de ser perfeita, mãe exemplar, profissional produtiva e mulher sempre impecável.
Entre redes sociais e comentários familiares, comparações aparecem por todos os lados. Celebridades que “recuperam o corpo em semanas” viram referência, enquanto mães comuns se sentem culpadas por ainda se reconhecerem no espelho.
Essa cobrança estética não é só sobre aparência; ela afeta autoestima, saúde mental e bem-estar. O corpo pós-maternidade é fruto de uma experiência intensa e transformadora, e não um erro a ser corrigido.
O corpo que acolhe merece acolhimento
O autocuidado durante a maternidade nem sempre é simples. Entre cuidar do bebê e lidar com a exaustão, muitas mães se esquecem de si mesmas. Mas cuidar do corpo não precisa ser sinônimo de perfeição.
Autocuidado pode ser um banho relaxante, uma refeição sem pressa ou apenas olhar para si mesma com gentileza e respeito. Reconhecer as mudanças do corpo como algo natural é um passo essencial para a autoestima e a saúde emocional.

O mito da mãe perfeita
A internet reforça padrões irreais. Influenciadoras mostram corpos “em forma” poucos dias após o parto, mas raramente compartilham estrias, olheiras e exaustão. Por outro lado, movimentos como #BodyPositiveMaterno têm ajudado a mostrar que a maternidade real inclui vulnerabilidade, força e beleza, exatamente como ela é. A maternidade já é desafiadora sem a cobrança extra de padrões estéticos. Cada marca, curva ou mudança no corpo conta uma história de amor, entrega e transformação.
O corpo pós-maternidade não precisa voltar a ser o de antes para ser celebrado. Reconhecer isso é começar a praticar a aceitação, o cuidado genuíno e a liberdade de viver a maternidade do próprio jeito.
Ser mãe real também é ser forte, e o corpo que carrega essa experiência merece respeito e acolhimento.













