Por Brenda Nury
Para quem acompanha a coluna, entender que as tendências estão nas passarelas, nas ruas, nos costumes e não nas vitrines, é algo comum. Mas hoje eu venho falar de tendências de cores sendo feitas através da Inteligência Artificial. Agências de dados analíticos traduzem em números a criatividade dos artistas da moda para que o consumo seja melhor direcionado ao público de cada marca.
Marcadas pela longevidade e versatilidade, as semanas de moda de primavera/verão 2025/26, realizadas entre setembro e outubro de 2024, já trouxeram tendências diversificadas, trazendo toda a materialização da arte dos mais renomados estilistas. A diversificação nas passarelas é tão vasta que, muitas vezes, passa despercebida pelo olhar dos cool hunters.
Fora do métier dos grandes, existem marcas que se baseiam nas tendências das grandes passarelas para produzir as coleções, traduzindo tendência em inspiração. E é aí que entra um trabalho minucioso, estratégico e de estatística, atualmente realizado por empresas que produzem relatórios precisos de tendências globais em todas as áreas, inclusive, na moda.

Um bom planejamento de marca utiliza dados que oferecem análise estratégica para o desenvolvimento e planejamento de coleções, que vão desde orientações de design e produto, até cores. Ajudando-os a traduzir tendências em produtos comerciais.
Segundo a WGSM, autoridade global em previsão de tendência e consumo, através da ferramenta Colour Vision, a inteligência artificial reconhece as cores das roupas e bolsas apresentadas nas passarelas e obtém dados precisos de como o mix de cores muda a cada estação.
Tons neutros
Com 36.5% de presença no mix de cores nas passarelas de Primavera/verão, 25/26 e 1,7% de crescimento, em relação ao ano anterior, os tons pastel que mais crescem nesta temporada são os neutros.
Os tons neutros, além de trazer sentimentos como conforto e serenidade, são ideais para as marcas que desejam usar uma abordagem atemporal e aprimorar peças clássicas.

Tons escuros
Crises mundiais também são levadas em consideração nas análises e o consumidor tende a optar por cores mais versáteis, duráveis e com longevidade, trazendo um aumento do consumo de tons escuros, entre o azul e o roxo.
Também leva-se em consideração uma diminuição de 3.5% comparado com a temporada de primavera/verão 24, porém, ainda observamos um crescimento de 11,2% no azul escuro em comparação com a temporada de Primavera/verão 24. O Dark Blue (azul escuro) teve uma presença de 33,2% nas passarelas, trazendo uma sensação de mistério e escapismo.
Além disso, os tons escuros e preto combinados totalizaram 44% do mix de cores nas passarelas primavera/verão 24.
Estes são apenas alguns dos inúmeros indicadores de tendências que lojistas e consumidores mais atentos podem utilizar para construir uma imagem de moda marcante, e que seguem tendências globais pensadas em um mundo que consome menos e delimita mais a personalidade de cada um.

