Volta Redonda – A diferença de gênero nas avaliações de desempenho é uma realidade que afeta muitas mulheres no mercado de trabalho. Estudos mostram que, enquanto homens recebem feedbacks focados em habilidades técnicas ou resultados específicos, as mulheres frequentemente enfrentam comentários negativos relacionados à personalidade. Palavras como “agressiva”, “emocional” ou “pouco simpática” aparecem com frequência nos relatórios de desempenho delas, enquanto questões similares raramente são atribuídas a colegas homens. Essa disparidade reflete padrões de gênero enraizados na sociedade, que tendem a associar as mulheres a papéis de cuidado, gentileza e suporte emocional. Quando elas adotam comportamentos assertivos ou ambiciosos – muitas vezes necessários para a liderança – são percebidas de forma negativa, enquanto homens com a mesma postura são vistos como confiantes ou competentes.

Além disso, as mulheres têm maior probabilidade de receber feedbacks vagos, sem direcionamentos claros para melhorias, o que dificulta seu crescimento profissional. Já os homens são encorajados a desenvolver habilidades específicas e frequentemente recebem sugestões práticas para avançar na carreira.

Impactos na carreira

Essa dinâmica tem um impacto direto no avanço profissional das mulheres. Comentários sobre “falta de simpatia” ou “excesso de emoções” não apenas colocam em xeque suas competências, mas também podem minar a confiança, dificultando a busca por promoções ou novos desafios.

O que pode ser feito?

Para reduzir essa desigualdade, empresas e líderes precisam adotar práticas mais justas e objetivas na hora de avaliar suas equipes. Feedbacks devem ser baseados em dados concretos, alinhados aos resultados obtidos e com direcionamento claro para o desenvolvimento. Além disso, é essencial reconhecer e desafiar os vieses inconscientes que perpetuam essas diferenças de gênero.

As mulheres também podem se beneficiar ao buscar mentorias e criar redes de apoio no ambiente de trabalho, fortalecendo suas estratégias para lidar com avaliações injustas. Promover a igualdade no ambiente profissional não é apenas uma questão de justiça, mas também um passo crucial para um mercado de trabalho mais eficiente e inovador.

Um convite à reflexão

A discussão sobre feedbacks negativos recebidos por mulheres vai além de avaliações individuais: ela nos desafia a questionar padrões culturais e institucionais. Você já parou para pensar em como avalia ou é avaliada no trabalho? Este é o momento de revisar conceitos e promover mudanças significativas no ambiente corporativo.