CPI vai elaborar conjunto de ações para prevenir a violência cibernética contra mulheres

por Giulia Machado

Estado do Rio – A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Combate à Violência Cibernética, da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), vai elaborar uma série de ações de conscientização e prevenção a delitos no ambiente virtual. A sugestão foi dada pelo especialista em crimes cibernéticos e assessor especial da Coordenadoria de Inovação e Desenvolvimento Tecnológico da Secretaria de Estado de Governo do Espírito Santo, Eduardo Pinheiro Monteiro, durante oitiva realizada nesta quinta-feira (30), em reunião do colegiado na sede do Parlamento.

Monteiro propôs que tanto o Estado do Rio quanto os municípios fluminenses estabeleçam o ‘Dia do Combate aos Crimes Cibernéticos’. No entanto, ele observou que, para além do registro da data em calendário oficial, sejam propostas ações como, por exemplo, palestras em escolas tal qual é feito no Espírito Santo, através do projeto ‘Internet Segura para Crianças e Adolescentes’. O especialista também destacou a necessidade de haver uma rede de apoio específica para atender a mulheres vítimas de violência no universo virtual.

“É preciso estender a rede de apoio que já existe no âmbito da Maria da Penha também às mulheres vítimas de violência cibernética. No campo da prevenção, é importante que cada município e o Estado tenham um dia de combate a esse crime, com um conjunto de ações de conscientização e de educação de que essas práticas de violência são criminosas, covardes e não devem se repetir nas próximas gerações”, enfatizou Monteiro.

A presidente da CPI, deputada Martha Rocha (PDT), sinalizou positivamente para a proposta do especialista e reforçou a necessidade de haver uma ação conjunta em todo o território fluminense. “A proposta do Eduardo é criar, através do dia, um motivo para que a gente se organize, enquanto estado, reunindo todas as políticas públicas, para pensar em como vamos fazer ações de prevenção aos crimes cibernéticos. Mais de 80% das vítimas são mulheres, então, imediatamente, me pareceu que a gente poderia aproveitar essa sugestão e criar uma grande ação conjunta em todo o estado”, comentou a parlamentar.

Além disso, a deputada destacou que as ações de prevenção devem abrir caminho para que os mecanismos de atendimento para vítimas de crimes cibernéticos sejam ampliados. “Devemos pensar em melhorar a estrutura dos atores da assistência social e do serviço da saúde, que recebem as mulheres vítimas de violência cibernética. Além disso, fortalecer os operadores do direito da Polícia Civil, do Ministério Público, Defensoria e do próprio Poder Judiciário”, pontuou Martha Rocha.

Para Comissão, é preciso estender a rede de apoio às mulheres vítimas de violência cibernética ( Foto: Júlia Passos)

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