Por Juliana da Silva
A candidíase vulvovaginal é uma infecção muito comum no mundo feminino e é causada por um fungo, sendo o mais frequente o cândida albicans, acometendo mais de 2 milhões de pessoas no Brasil todos os anos. Acomete a vagina e os tecidos da abertura da vagina (vulva).
O tratamento geralmente é simples, porém a patologia é muito incômada e afeta bastante a vida da mulher, tanto física, emocional e sexualmente.
A candidíase é considerada uma infecção vaginal endógena, ou seja, que já existe em pequenas quantidades em nosso organismo e vive em equilíbrio com a flora vaginal. Quando existe um desequilíbrio do pH da mucosa vaginal passa a existir um ambiente favorável para a multiplicação excessiva dos fungos, levando à candidíase vulvovaginal. Este desequilíbrio,
geralmente, está associado à queda da imunidade, uso de roupas intima sintética ou muito apertada, uso de antibióticos, anticoncepcionais, imunossupressores e corticoides. Associado ainda à gravidez, diabetes, alergias, estresse, ansiedade, maus hábitos higiene e ao HPV
(papiloma vírus).
Os sintomas mais comuns são:
- Prurido vulvar (coceira vaginal);
- Ardência ou dor na região vaginal que podem vir acompanhados de disúria (dor ao
urinar) ou dispareunia (dor durante o ato sexual); - Vermelhidão na região da vulva;
- Corrimento vaginal de coloração branca (ou até mesmo esverdeada), em grumos,
parecido com nata de leite, sem odor;
A candidíase pode ser considerada persistente, quando os sintomas associados à infeção inicial não desaparecem após o tratamento correto. Por outro lado, considera-se uma reinfeção quando surgem sintomas novamente após um mês. É muito
importante estar atenta à repetição do quadro. Quando a paciente apresenta mais de quatro episódios de candidíase ao ano, é necessária a investigação para entender a
causa. Chamamos esse quadro de candidíase de repetição.
O diagnóstico é feito com base na história clínica que a paciente relata, e quando o
ginecologista realiza exames clínicos, como o especular, onde é possível observar esse
corrimento e vermelhidão.
O primeiro passo para o tratamento é determinar as causas, combatê-las e evitar o reaparecimento. Pode ser tratada com
medicamentos de tomada oral (comprimidos) ou o tratamento tópico (creme vaginal), ambos com eficácia semelhante.
Na gravidez, deve ser tratada com formulações tópicas.
O tratamento do parceiro sexual está indicado quando este apresenta sintomas ou nos casos de candidíase recorrente.
A candidíase vaginal não é considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST), pois na maioria dos casos, não está relacionada ao contato íntimo, mas com o
desequilíbrio da flora vaginal.
No entanto, a candidíase pode ser transmitida através do contato íntimo vaginal, oral ou anal, caso o parceiro ou parceira esteja contaminado com o fungo Candida sp.
Para prevenir a candidíase, a higiene da região íntima é fundamental e deve ser, de
preferência, com sabonete líquido de PH neutro. Esta medida também é válida após
relação sexual, não estando recomendado ducha vaginal.
- Use roupas íntimas de algodão;
- Não use absorvente íntimo todos os dias;
- Evite roupas muito justas;
- Evite usar roupas molhadas por muito tempo;
- Durma sem calcinha;
- Tenha uma alimentação saudável;
- Combata o estresse;
A utilização de probióticos pode ser considerada nos casos de candidíase recorrente, de forma a evitar o aparecimento de um novo episódio agudo e as vezes sendo necessário o tratamento com vacina.
Cuidar da sua saúde íntima é fundamental! Manter seus preventivos em dia é
indispensável.